segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ANISTIA - OS DOIS LADOS DA MOEDA



RESUMO

   A colonização do Brasil tem reflexos nos dias atuais, onde prevalece a discriminação, injustiça social, e mudanças no processo de exploração, a estagnação da sociedade continua viciada nas mesmas intenções de antes, um olhar inquisitorial e excludente acontecendo ao longo do processo histórico social do Brasil.


COLÔNIA – FORMAÇÃO BRASILEIRA

   O Brasil surgiu como projeto de exploração colonial do reino de Portugal e Algarves. Os primeiros a serem subjugados foram os nativos da terra, que passou a ser chamados de indígenas. Esses foram explorados como mão de obra, mas logo os índios perceberam a má intenção e se tornaram rebeldes refugiando-se nas matas, onde eram localizados e sumariamente dizimados, alguns deles para não morrerem passavam a ser aliados ou escravos dos exploradores.
   
   Depois de algum tempo vieram os negros trazidos da África, ainda na primeira metade do século XVI, esses vinham em navios negreiros e trabalhavam como escravos na produção do açúcar. Dessa forma começou a ser gerada a nação brasileira, sem preocupação social, ou de formação cultural que resultasse aspectos positivos para o futuro do Brasil. Na verdade eram contidos por força de violência produzindo assim pessoas sem compromisso de nacionalidade e desfavorecidos pelo sistema que se perpetuou ao longo do tempo.

IMPÉRIO

   Em 7 de setembro de 1822, o Brasil teve sua independência anunciada por D. Pedro I, onde os levantes dos revoltosos continuaram por todo o território brasileiro, nessa época o imperador combatia os revoltosos com punhos de ferro, não foram poucas as vezes que o próprio D. Pedro I comandava pessoalmente as chacinas contra os rebeldes, no qual lhe rendia até o título de “Imperador soldado”. As revoltas se concentravam mais na região Nordeste, dentre as revoltas mais conhecidas foram:

  o   Balaiada – Maranhão (1836-1837).
  o   Revolta dos Malés - Bahia (1835).  
  o   A cabanagem – Pará (1835-1840).
  o   Sabinada – Bahia (1837 -1838).
  o   Revolução Farroupilha – Sul (1835 -1845).

   Todas essas revoltas foram de cunho social, como podemos observar o Estado político que se formara no Brasil era de repressão. A primeira Constituição, formação do Senado, Força Nacional, tudo elaborado favorecendo uma elite que estava a favor do Imperador, o povo brasileiro que são os descendentes dos índios e negros na época da colônia permaneciam excluídos de direitos sociais, e políticos. Portanto a margem da sociedade paritária.
             
REPÚBLICA

   Em 1889 a monarquia da lugar a república, que resultou na mudança das pessoas que governavam, mas não acabou o descaso social praticado na formação da nação brasileira. Costumo dizer que deixamos de ser súdito de uma “Monarquia Escravocrata” e entramos em uma “Ditadura Republicana”. Após 123 anos de existência republicana já podemos ter uma análise do desempenho social, a realidade é que pouca coisa mudou, continuamos escravos das leis impostas pelo sistema republicano, e ainda vivemos na dependência dos políticos que praticam a cultura paternalista do tempo das “Casas grandes e das Senzalas”, uma prova disso são os projetos assistencialistas que se perpetuam nas populações carentes tolhendo-os a capacidade de trabalho. O que mudou foi uma pequena ascensão e liberdade política em que algumas vezes favorece alguém oriundo da massa popular, onde devemos citar os dois últimos presidentes da república.
   
   Levando em consideração esses dois governos populistas, antes de serem contemplados com a estadia no poder eram guerreiros do povo defendendo- os  através de lutas contra os demandos do governo impositor de normas severas. Depois que mudam de lado na moeda passam a discussar de forma contrária de antes. Percebemos então que os interesses são pessoais, pois passam a favorecer grupos formados por cúpulas políticas, vejam o caso “MENSALÃO”. Enquanto isso as greves que vem da classe trabalhadora e que buscam melhorias de condições de trabalho e de vida, são mal vistas pelos que dominam a política, até mesmo por aqueles que um dia praticaram movimentos grevistas em um passado bem próximo.

   Vejamos o caso da atual presidente Dilma Roosseff, essa considerada subversiva no período da ditadura militar, participou de militância em grupos comunistas onde demonstrou grande capacidade de liderança, atuou em vários grupos como: Comando de Libertação Nacional (COLINA), Política Operária (POLOP), Vanguarda Popular Revolucionária ( VAR-PALMARES), sempre com coragem e ímpeto em suas atitudes. Foi acusada de deflagrar uma bomba em um veiculo matando um jovem militar fez diversos assaltos com seu companheiro Carlos Araújo também participante e líder do movimento VAR PALMARES. Dilma com a idade de 22 anos foi presa e torturada para que delatasse os companheiros. Veja os relatos sobre sua prisão:
          “ Uma série de prisões de militantes conseguiu capturar José Olavo Leite Ribeiro, que encontrava-se três vezes por semana com Dilma. Conforme o relato de Ribeiro, após um dia de tortura, revelou o lugar onde se encontraria com outro militante, em um bar na Rua Augusta. Em 16 de janeiro de 1970, obrigado a ir ao local acompanhado de policiais disfarçados, seu colega também foi capturado e, quando já se preparavam para deixar o local, Dilma, que não estava sendo esperada, logo chegou. Percebendo que algo estava errado, Dilma tentou sair do local sem ser notada. Desconfiados, os policiais a abordaram e encontraram-na armada. "Se não fosse a arma, é possível que conseguisse escapar", ressalta Ribeiro”.


   Foto da ficha de Dilma Rousseff no DOPS de São Paulo, tirada em janeiro de 1970. Foi, então, levada para a Operação Bandeirante (Oban), no mesmo local onde cinco anos depois Vladimir Herzog perderia a vida. Teria sido torturada por vinte e dois dias com palmatória, socos, pau-de-arara, choques elétricos. Relatou Maria Luísa Belloque, uma companheira de cela.


“A Dilma levou choque até com fiação de carro, fora cadeira do dragão, pau-de-arara e choque pra todo lado”. — Maria Luísa Belloque, companheira de cela


                     
  CONCLUSÃO

   O valor que teve as lutas armadas em um período contra a liberdade de expressão, muitos relatos de alguns ex-subversivos dizem que aquela forma de agir era única maneira de proceder já que o governo não admitia diálogo. Muitos morreram, exilaram-se em outros países, até que em 1979 houve uma abertura política em que deu um parecer favorável a anistia política, retornando assim os filhos da pátria.
   
   Com todo esse processo que aconteceu no Brasil, hoje como a presidente Dilma vê as lutas por melhorias de vida? Como vê o delicado assunto de greve, será que o governo quer que todos estejam submissos aos benefícios sociais e fiquem de boca calada. Por que o Brasil não cresce por igual? Será que estando do outro lado da moeda a coisa é muda de figura.
   
   A anistia é bom e faz parte da democracia, pois imaginem se não houvesse o projeto de lei que liberou o perdão político em 1979, será que Dilma estaria na presidência da república? Esperamos que os dirigentes tenham sensibilidade com quem reivindica direitos e participa para o processo de evolução desse país, se não continuaremos a estagnação da sociedade e as injustiças que se propaga no seio da mesma. A democracia é fundamental para o equilíbrio social e a desmarginalização do brasileiro que no longo da história não teve boa sorte no seu desenvolvimento, permanecendo em desvantagem diante de outras nações do mundo. 



FONTES


          GOMES, Laurentino, 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. pedro a criar o Brasil, um pais que tinha tudo para dar errado- Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010.


Dilma assaltava com ex-marido


Ex-marido de Dilma confirma que assaltou na época da ditadura


Texto: Autor não revelado

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